A cidade
Cáceres, carinhosamente conhecida como a Princesinha do Paraguai, está localizada no sudoeste do estado de Mato Grosso, às margens do Rio Paraguai. É uma das cidades mais antigas do Centro-Oeste brasileiro e possui um papel fundamental na história da ocupação e colonização da região.
De acordo com Ferreira (2001), a denominação “Cáceres” provém do nome de seu fundador, o então governador da Capitania de Mato Grosso, Luiz de Albuquerque de Melo Pereira e Cáceres. A região foi uma das primeiras a serem exploradas pelos brancos, ainda antes do surgimento de Cuiabá, e sua localização estratégica tornou-se essencial para o controle da extração e transporte de ouro, além de facilitar a comunicação entre a capital da capitania, Vila Bela da Santíssima Trindade, e a Vila Real do Bom Jesus de Cuiabá.
A cidade teve origem em 1778, com a fundação da Vila Maria do Paraguai, às margens do rio, como um posto de fiscalização e defesa do reino português contra o contrabando de ouro. Em 1779, passou a se chamar São Luiz do Paraguai; foi elevada à categoria de município em 1874 como São Luiz de Cáceres e, finalmente, adotou o nome Cáceres em 1938 — nome que permanece até hoje.
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História e Desenvolvimento
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Com o fim do ciclo do ouro, Cáceres se destacou pela forte produção agropecuária. Fazendas históricas como Descalvados e Jacobina foram fundamentais nesse novo momento econômico. A Fazenda Descalvados, por exemplo, chegou a abrigar cerca de 300 mil cabeças de gado e se tornou um importante centro de produção de charque e extrato de carne para exportação, especialmente para a Bélgica.
Além da pecuária, a região teve grande relevância na produção de cana-de-açúcar, erva-doce e no extrativismo da poaia, uma planta medicinal de alto valor no mercado internacional no século XIX. O auge da poaia ocorreu entre 1878 e 1879, com exportações principalmente para empresas inglesas e holandesas.
No século XX, uma série de acontecimentos ajudou a consolidar o protagonismo regional de Cáceres. Entre eles estão a passagem de Theodore Roosevelt com Rondon em 1913, o lançamento do primeiro jornal local em 1917, a inauguração do cais Presidente Mário Corrêa em 1928, o início do abastecimento de água encanada em 1929, a instalação da usina elétrica municipal em 1951, e as importantes pontes sobre os rios Paraguai e Cabaçal, que impulsionaram a integração regional.
Centro Histórico
O Centro Histórico de Cáceres é um dos mais expressivos do estado e representa um verdadeiro elo entre o passado e o presente. Caminhar por suas ruas é uma experiência única, marcada por casarões do final do século XIX e início do XX, estilos coloniais e neogóticos, e monumentos que guardam parte da história do Brasil.
Entre os pontos de destaque estão:
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A Praça Barão do Rio Branco, coração simbólico da cidade;
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A Igreja Matriz de São Luiz de Cáceres, com sua arquitetura neogótica, iniciada em 1919 e finalizada em 1965;
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O Marco do Jauru, elemento histórico da delimitação do território após o Tratado de Madri (1750);
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A Câmara Municipal, datada de 1893;
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A Biblioteca Municipal, que antes sediava a prefeitura e foi recentemente restaurada;
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A fachada do antigo comércio “José Dulce & Vilanova”, com a escultura do "Anjo da Ventura".
Mesmo com grande parte de seu patrimônio transformado ou mal conservado, o centro histórico ainda guarda uma beleza poética e simbólica que merece ser valorizada e preservada. A mistura entre o antigo e o novo, o reformado e o abandonado, compõe uma paisagem urbana que reflete a trajetória da cidade e seu potencial turístico e cultural.
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Turismo e Cultura
Cáceres é um polo turístico do Pantanal mato-grossense, sendo ponto de partida para passeios ecológicos e safáris fotográficos. É também sede de um dos maiores eventos de pesca esportiva em água doce do mundo, o Festival Internacional de Pesca (FIPe).
Além da natureza exuberante, o visitante encontra aqui um patrimônio cultural vivo, presente nas tradições locais, nos casarões centenários e nos eventos que celebram a história e identidade do povo cacerense.