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A História da Ponte Branca sobre o Córrego Sangradouro: Um Marco Arquitetônico de Cáceres

📍 Por Rota Cacerense – com informações do site Arquivo da Memória


Ponte Branca ao fundo corte da Rua Riachuelo década de 1970, vista da Escola União e Força.
Ponte Branca ao fundo corte da Rua Riachuelo década de 1970, vista da Escola União e Força.

Entre becos, ruas antigas e memórias que atravessam o tempo, Cáceres guarda verdadeiros tesouros escondidos. Um deles é a lendária Ponte Branca, uma construção que marcou gerações, uniu bairros, inspirou sambas de carnaval e, mesmo após sua extinção física, continua viva na lembrança dos cacerenses.

Nesta matéria especial, o Rota Cacerense convida você a voltar no tempo e descobrir como nasceu essa ponte de pedra sobre o Córrego Sangradouro — uma obra que levou décadas para sair do papel e se tornou símbolo de identidade, cultura e transformação urbana.

Prepare-se para mergulhar em uma história de persistência, engenhosidade e paixão por Cáceres.


Entre os anos de 1909 e 1911, Cáceres viu surgir um de seus mais notáveis marcos arquitetônicos: a antiga ponte de pedra sobre o Córrego Sangradouro, popularmente conhecida como Ponte Branca. Construída para unir a Rua General Osório à Rua Riachuelo, no bairro da Cavalhada, essa ponte é um testemunho vivo do progresso urbano e das transformações históricas da cidade.

Um sonho antigo que levou décadas para se realizar

A necessidade da construção da ponte remonta ao ano de 1874, quando a então “Vila Maria” foi elevada à categoria de cidade, passando a se chamar São Luiz de Cáceres. Já em 1875, em relatório da Câmara Municipal enviado ao Presidente da Província, destacava-se a urgência da obra, que visava integrar os dois lados da cidade separados pelas águas do Sangradouro, principalmente durante o período de cheia do Rio Paraguai.

"Torna-se de palpitante necessidade a construção de uma ponte sobre o Sangradouro que atravessa esta cidade, cortando-a em dois bairros [...] na estação invernosa tornam-se incomunicáveis [...]”— Natalino Ferreira Mendes, Efemérides Cacerenses, Vol. I

Mesmo com diversos pedidos da Câmara Municipal nos anos seguintes, a ponte só começou a sair do papel mais de 30 anos depois.

A construção da Ponte de Pedra

Foi apenas em 7 de abril de 1910 que o Sr. Luiz da Costa Garcia assinou o contrato com a Intendência Municipal para dar início à obra, durante a gestão de Diogo Nunes de Souza (1909–1911). A ponte foi projetada com 12 metros de comprimento, 4,5 metros de largura e 4 metros de altura, construída com pedra canga e tijolos requeimados, assentados com argamassa à base de cal e areia.

O responsável técnico pela obra foi o mestre construtor José Vanini, e a ponte foi erguida sobre duas abóbodas de 0,75 metros de espessura, com base em três paredes de 80 cm de largura e fundações que alcançavam um metro abaixo do solo. O valor total da obra foi de 8:000$000 (oito contos de réis) e o prazo de conclusão era de seis meses.

Ponte Branca: memória, cultura e carnaval

Com o passar dos anos, a ponte ganhou o apelido carinhoso de Ponte Branca, devido às sucessivas camadas de cal aplicadas em sua estrutura. Tornou-se símbolo popular da cidade, sendo inspiração de marchinhas e blocos carnavalescos.

“Foi na Ponte Branca, que despontou a Cavalhada...Na história de Cáceres relembrada, e consagrada Cavalhada...”

Durante décadas, a Ponte Branca permaneceu como um ícone do patrimônio arquitetônico de Cáceres. Contudo, na década de 1990, o avanço do urbanismo trouxe consigo a construção de uma galeria de concreto armado sobre o Sangradouro, o que resultou na eliminação da antiga ponte — apesar dos apelos de moradores e defensores da memória local pela sua preservação.

Uma ponte que marcou a cidade

A Ponte Branca não era apenas uma ligação entre ruas. Ela simbolizava a persistência de um povo em superar barreiras físicas e históricas, tornando-se parte da identidade cacerense. Embora fisicamente extinta, segue viva na memória coletiva, nos livros, nas fotografias e nas canções que celebraram sua existência.


Fonte da reportagem: Trechos e informações retiradas do blog Arquivo da Memória Créditos: Texto original de Silva Paula e Sandro Miguel Imagens: Arquivo da Memória (archivodamemoria.blogspot.com)


 
 
 

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