Cavalhada em Cáceres: Uma Tradição que Marcou Gerações e Encanta a História da Cidade
- rota cacerense
- 6 de nov.
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Poucos sabem, mas Cáceres já foi palco de uma das mais vibrantes manifestações culturais do Centro-Oeste: a Cavalhada, festejo que encantava moradores e atraía visitantes durante as comemorações do Divino Espírito Santo e de São Benedito.
Segundo o escritor cacerense Dr. Gabriel Pinto de Arruda, a Cavalhada representava “uma reminiscência das antigas guerras entre mouros e lusitanos”, tema que remete aos torneios medievais europeus. Aqui, porém, a tradição ganhou um toque local, transformando-se em espetáculo popular, cheio de cor, movimento e devoção religiosa.
A Cavalhada é uma celebração de origem portuguesa, inspirada nos torneios medievais em que cavaleiros exibiam coragem, força e habilidade. Muitas vezes, representa batalhas simbólicas entre cristãos e mouros, remetendo ao período histórico da Reconquista.
Essas apresentações lembravam um "torneio que servia como exercício militar nos intervalos das guerras, onde nobres e guerreiros cultivavam a praxe da galantaria".
Durante o espetáculo, era comum o uso das alcançias — bolas de barro ocas preenchidas com flores e cinzas, lançadas no campo como parte das encenações.
No Brasil, as Cavalhadas se espalharam a partir do Nordeste e se tornaram especialmente marcantes nas festas do Divino Espírito Santo em várias regiões, incluindo o Centro-Oeste, onde Cáceres se destacou.

Em Cáceres, a Cavalhada mobilizava toda a comunidade. Durante semanas, cavaleiros — muitos deles moradores das zonas rurais — se reuniam em ensaios que animavam a cidade. Jovens, famílias e visitantes se reuniam para assistir aos treinos e, principalmente, ao grande dia da apresentação.
A festa acontecia em meio a procissões, missas e atividades culturais que celebravam o Divino Espírito Santo. Em 1931, por exemplo, o jornal A Razão registrou todo o calendário festivo que envolvia posse de festeiros, levantamento do mastro, bailes, iluminações, leilões e, claro, a aguardada Cavalhada.
O palco natural desta tradição foi um espaço que muitos cacerenses carregam com carinho na memória: a Praça da Cavalhada. Porém, há outro espaço que também merece destaque: a Praça da Matriz, hoje Praça Barão do Rio Branco, lugar histórico que, além de sediar missas e procissões, era ponto de encontro e de embarque de canoas no Rio Paraguai. Fontes
Maria Solange Sá Leite – A Cidade de Cáceres/MT e o seu Patrimônio Cultural: Produção de um guia didático-histórico.
Mendes, Natalino Ferreira. Memória Cacerense, Cáceres; MT, 1998








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