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Cáceres e a Magia das Telonas: Uma Jornada Histórica pelos Cinemas que Marcaram Gerações


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O site Rota Cacerense tem o prazer de rememorar uma matéria especial publicada no dia 31 de maio de 2022 pelo site Zakinews, que resgata e valoriza a rica história dos cinemas

que há décadas fizeram parte da vida cultural e social de Cáceres. Este mergulho no passado revela como o cinema foi muito mais do que um simples entretenimento na cidade: foi um verdadeiro fenômeno cultural, que atravessou gerações, marcou memórias afetivas e consolidou o papel de Cáceres como um importante polo do cinema no interior mato-grossense.

Um Século de Cinema em Cáceres: O Surgimento e a Consolidação das Salas de Exibição

A história do cinema em Cáceres remonta ao início do século XX, quando as primeiras projeções começaram a despertar o interesse do público local. O entusiasmo foi tanto que, ao longo dos anos, surgiram várias salas, cada uma com seu charme e características próprias, que ajudaram a formar a identidade cultural da cidade.

Entre os cinemas mais emblemáticos estavam o Cine Palácio, o Cine Copacabana e o Cine São Luiz — além do breve funcionamento do Cine Pedutti, localizado na Praça Duque de Caxias. Estes locais não apenas exibiam filmes; eram verdadeiros espaços de convivência social, onde famílias, amigos e apaixonados pela sétima arte se encontravam para compartilhar emoções e experiências.

O Cine Palácio, por exemplo, era conhecido por suas matinês aos domingos, uma tradição que encantava as crianças e jovens da época, incluindo o próprio repórter José Carlos Carvalho, o “Zé da Zoom”, que cresceu frequentando suas sessões ao som das aventuras de Tarzan, Zorro e Maciste. Já o Cine Copacabana, idealizado por João Deluqui, era um dos grandes polos culturais dos anos 60 e 70, enquanto o Cine São Luiz, inaugurado em 1971 pelo empresário José da Lapa Pinto de Arruda, representou uma modernização na forma de exibir filmes na cidade.

Filmes que Fizeram História: Campeões de Bilheteria e Ícones da Cultura Local

O repertório dos cinemas cacerenses contava com produções que encantavam e arrepiavam multidões, muitos deles verdadeiros clássicos da história do cinema mundial. A lista de campeões de bilheteria é impressionante e revela a diversidade e o gosto do público local.

Filmes épicos como Spartacus (com Kirk Douglas), Dr. Jivago (Omar Sharif), e Os Dez Mandamentos (Charlton Heston) atraíam grandes públicos para as sessões, assim como obras-primas da ficção científica e do suspense, como 2001: Uma Odisseia no Espaço e O Exorcista. Este último, embora lançado em 1974, foi exibido somente alguns anos depois no Cine São Luiz, causando um impacto tão forte que muitos espectadores saíram assustados — inclusive o jovem Manoel Arino, que precisou passar a noite na cama de sua mãe para se sentir seguro.

A diversidade do público cacerense também se manifestava nas preferências por produções nacionais e regionais. O filme Na Estrada da Vida, que narra a trajetória da dupla sertaneja Milionário e José Rico, foi um dos mais assistidos e celebrados, especialmente porque a estreia no cinema ocorreu logo após uma apresentação da dupla na Expoagro, o que garantiu uma superlotação na sala.

Além dos faroestes italianos que fizeram enorme sucesso na cidade — como Por Uns Dólares a Mais, Três Homens em Conflito e Dólar Furado — o público cacerense também apreciava os filmes de ação e artes marciais, com Bruce Lee em Operação Dragão e A Fúria do Dragão atraindo casas cheias. Os policiais estrelados por Charles Bronson e as comédias do Mazzaropi também marcaram época nas sessões locais.

Histórias e Memórias Vivas: Vozes que Contam o Passado

Para contar essa história rica, o site Rota Cacerense contou com depoimentos e memórias de protagonistas daquele período. José Carlos Carvalho, conhecido no meio artístico como Zé da Zoom, lembra com carinho da sua trajetória como comunicador, que começou ainda nos alto-falantes do Cine Copacabana, anunciando os filmes para o público.

O jornalista Fernando Homem de Melo, profundo conhecedor da história cultural de Cáceres, colaborou com detalhes sobre os títulos que fizeram sucesso, destacando a variedade e qualidade dos filmes exibidos, que iam desde produções nacionais como O Corintiano e Meu Japão Brasileiro até os épicos faroestes e as obras internacionais.

Outro depoimento precioso veio de Luiz César Pinto de Arruda, filho do empresário José da Lapa, fundador do Cine São Luiz. Luiz César narrou episódios marcantes, como a inauguração do cinema em 1971, com a exibição do filme Chitty Chitty Bang Bang (O Calhambeque Mágico), e relembrou grandes títulos como Romeu e Julieta de Franco Zeffirelli, e filmes cult de diretores renomados, além de documentários que também passaram pela tela do São Luiz.

O Cine Pedutti e o Cinema Adulto em Cáceres

Uma curiosidade desta história é a atuação do Cine Pedutti, que por um breve período fez sucesso na Praça Duque de Caxias, trazendo uma programação mais ousada para a época. Ali foram exibidos filmes do gênero pornochanchada, como Garganta Profunda, atraindo um público masculino para sessões noturnas. Em outros momentos, o Pedutti recebeu também produções nacionais icônicas, como Dona Flor e Seus Dois Maridos, protagonizado pela atriz Sônia Braga.

Cáceres: Uma Cidade que Viveu o Cinema

Olhando para trás, fica claro que os cinemas foram muito mais do que meros locais de projeção de filmes: eles foram espaços onde a cultura, a emoção e a vida social se encontravam. Cáceres viveu sua “época de ouro” do cinema, com três cinemas em operação simultaneamente, recebendo espectadores de toda a região.

Além das grandes produções internacionais, a cidade teve a chance de acompanhar clássicos inesquecíveis como Bem-Hur (Charlton Heston), que estreou no Cine Pedutti em 1960, e tantos outros títulos que consolidaram a paixão dos cacerenses pela telona.

A matéria original do Zakinews, agora homenageada pelo Rota Cacerense, reforça que esse legado faz parte do patrimônio cultural de Cáceres, uma cidade que jamais esqueceu sua ligação com o cinema e que preserva viva a memória daqueles momentos inesquecíveis.

Preservando a Memória e a Cultura Local

Hoje, ao revisitarmos essa trajetória tão rica e emocionante dos cinemas de Cáceres, percebemos como o cinema sempre foi muito mais do que lazer: foi um elo entre as pessoas, um espaço de encontros, sonhos e cultura. É fundamental valorizar e preservar essa memória para que as futuras gerações também possam se encantar com as histórias que a telona nos contou e ainda conta.

Agradecemos a todos os colaboradores que, com suas recordações e relatos, ajudaram a reconstruir este panorama histórico, e ao site Zakinews, cuja matéria original, publicada em 31 de maio de 2022, serviu de base para essa homenagem feita pelo Rota Cacerense.


Fotos e Fonte

As fotos que ilustram essa matéria e as informações históricas foram retiradas do site Zakinews, nos links:

 
 
 

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