Entre Partidas e Chegadas: A Rodoviária que Conectou Cáceres ao Brasil

rota cacerense
3 de nov.
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No coração da Avenida Sete de Setembro, onde hoje funciona uma agência do Banco Sicredi, existia um dos pontos mais emblemáticos da história urbana de Cáceres: a Estação Rodoviária “Nova Cáceres”. Inaugurada em 31 de março de 1971, a rodoviária foi fruto da visão modernizadora do então prefeito Dr. José Monteiro da Silva, que acreditava que a cidade merecia um espaço digno para receber os ônibus que antes paravam em ruas como a Coronel José Dulce e Antônio Maria Coelho.

A rodoviária foi construída com recursos próprios da prefeitura e teve sua inauguração marcada por uma cerimônia com autoridades locais e estaduais. Ali, empresas como Viação Mato Grosso e São Cristóvão vendiam passagens para destinos como São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Velho e Cuiabá. Era o ponto de encontro de famílias, o início de viagens longas e o fim de saudades. Muitos moradores ainda se lembram do movimento constante, das malas, dos vendedores ambulantes e do som dos motores anunciando partidas.

Inicialmente batizada de “Nova Cáceres”, nome que refletia o novo ritmo de trabalho da administração municipal, a rodoviária passou a se chamar Rodoviária Dr. José Monteiro da Silva em 1972, após o falecimento precoce do prefeito. A homenagem foi proposta pelo vereador Hênio Maldonado e aprovada por unanimidade.

Durante três décadas, a rodoviária foi um ponto estratégico da BR-364, contribuindo para o crescimento de bairros como Cavalhada, Vila Irene, Cohab Nova, Jardim Padre Paulo, DNER, São José e Santos Dumont. Mas com o tempo, o centro da cidade já não comportava o fluxo de ônibus interestaduais. Na gestão do prefeito Túlio Fontes, entre 2001 e 2004, foi construída uma nova rodoviária no bairro Jardim União, e a antiga começou a perder sua função.

Em 2012, o imóvel foi entregue como parte do pagamento de dívidas previdenciárias da prefeitura com a Previ Cáceres. Desde então, o espaço passou por transformações e hoje abriga uma agência do Sicredi. Para quem viveu os tempos áureos da rodoviária, passar por ali é como revisitar um capítulo importante da história da cidade — um lugar onde histórias começaram, despedidas foram choradas e reencontros celebrados.

Fontes