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Fazenda Jacobina: Onde Começa a História de Cáceres


Se você é apaixonado por história, cultura e belas paisagens, Cáceres reserva um destino que vai te transportar no tempo: a imponente Fazenda Jacobina, um patrimônio que

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carrega nas paredes e no chão batido mais de dois séculos de histórias. Localizada às margens do rio Paraguai, a poucos quilômetros do centro da cidade, a propriedade é considerada um dos berços do desenvolvimento regional — e, para muitos historiadores, o ponto de partida da própria história de Cáceres.

Fundada no século XVIII pelo português Cel. Leonardo Soares de Souza, a Jacobina nasceu em meio a um cenário de transformações econômicas. Com o declínio do ciclo do ouro, a região passou a viver o auge da indústria extrativa — colheita de borracha, ipecacuanha e exploração de peles — e, logo depois, a prosperidade da pecuária. Foi nesse contexto que Leonardo, homem de muitas posses e um dos signatários da fundação da Villa Maria (atual Cáceres), ergueu um dos maiores e mais produtivos estabelecimentos agropastoris da Província de Mato Grosso.

No auge, em 1827, a fazenda impressionava: 60 mil cabeças de gado, 200 escravos e igual número de trabalhadores alforriados, além de extensas plantações de cana-de-açúcar, mandioca, feijão, café e cereais. Um engenho movido por força hidráulica produzia açúcar e charque que abasteciam não só o mercado interno, chegando até São Paulo e Rio de Janeiro, como também eram exportados para a Europa. Não à toa, o viajante francês Hercules Florence descreveu Jacobina como “a mais rica fazenda da Província”.

A história da fazenda também se entrelaça com episódios e personagens marcantes. Foi abrigo para o médico e revolucionário Francisco Sabino, líder da Sabinada, e residência de figuras de grande prestígio político e militar, como o Maj. João Carlos Pereira Leite, herói da Guerra do Paraguai. Diz a lenda que o próprio nome “Jacobina” teria surgido da união de “Jacob” e “Bina”, casal indígena que acolhia viajantes em troca de presentes.

Com o fim da escravidão, em 1888, e a morte de seus principais administradores, a Jacobina entrou em decadência. Mas a imponência arquitetônica do sobrado colonial em taipa de pilão resistiu ao tempo, tornando-se símbolo da identidade regional. Tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), a propriedade passou por processos de restauração para manter viva sua memória.

Hoje, sob administração da família Lara, a Fazenda Jacobina abre suas portas aos visitantes, oferecendo não só uma verdadeira aula de história, mas também a oportunidade de saborear a culinária típica de Mato Grosso em um restaurante que funciona nos fins de semana. É um convite para respirar o passado e contemplar as mesmas paisagens que encantaram viajantes e exploradores há mais de 200 anos.

Visitar a Jacobina é mais do que um passeio turístico: é caminhar pelas raízes de Cáceres, sentindo de perto “onde começa a história” desta cidade que nasceu às margens do Paraguai e cresceu olhando para suas águas

Fontes de Pesquisa:

  • História de Cáceres – História da Administração Municipal, Natalino Ferreira Mendes, 1973.

  • “História – Fazenda Jacobina”, Zaki News.

  • “História da Fazenda Jacobina – Cáceres/MT”, JPaes.

  • “Fazenda Jacobina”, Diário de Cáceres.

 
 
 

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