O sabor que virou tradição: a história do lanche de rua em Cáceres
- rota cacerense
- 10 de set.
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Em fevereiro de 2022, o jornalista Antonio Costa trouxe ao portal Zakinews uma matéria que resgatava a origem de uma paixão cacerense: o lanche de rua. A reportagem relembrou como esse costume começou a se firmar na cidade nos anos de 1976/1977, ganhando notoriedade definitiva no Carnaval de 1982 com o famoso King Dog, instalado na Praça Duque de Caxias pelos irmãos gaúchos João Alberto e José Cláudio Bodanese.
Antes disso, o bancário aposentado Bilac Jorge da Cunha já citava outro pioneiro: Natanael Sachetto, que teria iniciado as vendas de lanches ainda em 1976, próximo à Praça Barão do Rio Branco. A partir dali, a história ganhou personagens, concorrência e muito sabor.
O boom do lanche rápido
O grande marco, no entanto, foi a chegada dos Bodanese, inspirados no que haviam visto em Lajes-SC. Eles trouxeram a novidade do lanche na chapa e conquistaram imediatamente o público. Durante o Carnaval de 1982, o King Dog se tornou ponto de encontro, vendendo milhares de lanches todos os meses e firmando o “xis” e o “bagunça” como ícones do paladar local.
A Praça Duque de Caxias se transformou em epicentro dessa cultura: estudantes, famílias e foliões passavam por ali diariamente. O lanche virou parte da rotina e, mais que comida, tornou-se um momento de convivência.
Pioneiros que deixaram marca

Depois da fase dos Bodanese, outros nomes se consolidaram. Bilac Jorge, por exemplo, chegou a administrar o King Dog em meados da década de 1980, chegando a vender mil lanches em uma virada de ano. Já em 1988, Divino Leandro da Silva, com o Pimentinha Lanches, se estabeleceu na Praça Duque e segue até hoje atendendo gerações de fregueses.
Em 1995, foi a vez de Ivone e Lucídio Cardoso abrirem o tradicional Ivone Lanches, que resistiu ao tempo, atravessou a pandemia e hoje é conduzido por Anderson Santana, mantendo o sabor e a clientela fiel.
Do passado ao presente: uma tradição viva
Quase meio século depois da chegada do primeiro “xis” em Cáceres, o que começou como uma novidade ousada virou patrimônio cultural e gastronômico da cidade.
Hoje, os lanches de rua estão por toda parte — da Praça Duque de Caxias aos bairros mais afastados — e fazem parte da identidade cacerense. Tornaram-se tradição em aniversários, encontros de amigos, pós-jogos de futsal e, claro, nas noites de Carnaval.
Mais do que alimentar, os lanches de rua alimentam memórias. Eles contam a história de uma cidade acolhedora, de gente que investiu e acreditou, e de um sabor que, de tão forte, ultrapassou gerações.
Em Cáceres, pedir um lanche na rua não é apenas matar a fome: é viver um pedaço da história local.








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