Rota Cacerense apresenta: a fascinante história de Alexander Solon Daveron — o homem por trás da praia onde acontece o FIPE
- rota cacerense
- 7 de ago.
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O Site Rota Cacerense tem o prazer de levar você, leitor, a uma viagem no tempo, rumo às origens de um dos personagens mais enigmáticos e importantes da história local: Alexander Solon Daveron. Ao explorar as margens do Rio Paraguai — palco do tradicional Festival Internacional de Pesca (FIPE), cuja largada acontece na Praia do Daveron —, mergulhamos também na trajetória desse cientista norte-americano que escolheu Cáceres como lar e como base para suas pesquisas e aventuras.
Mas afinal, quem foi Daveron? E por que seu nome está eternizado em um dos pontos turísticos mais visitados de Cáceres?
O cientista aventureiro que escolheu Cáceres para viver
Alexander Solon Daveron nasceu em 26 de outubro de 1899, em Oakland, Califórnia (EUA). Após se formar na Universidade da Califórnia, em Berkeley, trilhou um caminho de grandes desafios, que começou com uma grave malária contraída na Costa Rica e culminou em uma vida inteira dedicada à ciência, à natureza e ao Brasil profundo.
Em 1930, Daveron participou da Mato Grosso Expedition, uma expedição científica norte-americana ao oeste brasileiro e Bolívia. O ponto de partida dessa jornada? São Luiz de Cáceres. Ali, às margens do Rio Paraguai, o cientista encontrou o cenário ideal para suas investigações e aventuras. Foi amor à primeira vista — e definitivo.
Ele não apenas viveu em Cáceres por mais de 50 anos, como também deixou um legado de pesquisas sobre doenças tropicais (como a leishmaniose e a tripanossomíase), morcegos vampiros, etnias indígenas e a fauna do Pantanal. Também fez negócios com erva-mate, caçadas controladas, criação de rotas estratégicas durante a Segunda Guerra Mundial e expedições que abasteceram zoológicos e museus ao redor do mundo.
Praia do Daveron: muito além do cartão-postal
A Praia do Daveron, onde é dada a largada do FIPE — o maior festival de pesca esportiva em água doce do planeta —, ganhou esse nome em homenagem ao cientista. Foi ali, na margem do rio, que Daveron manteve uma chácara, depois comprada e usada como base para suas viagens e estudos.
Hoje, essa casa histórica abriga a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Turismo (Sematur), ao lado da faixa de areia que aparece nos períodos de seca, transformando-se em ponto de lazer, confraternização e palco de grandes eventos.
Um acervo de valor incalculável
Entre 1930 e 1987, Daveron registrou em mais de 250 fotografias momentos cruciais de sua vida no Brasil. As imagens em preto e branco retratam expedições científicas, cenas cotidianas, encontros com indígenas (como o povo Umutina), expedições pelo Pantanal e pelo Alto Paraguai, e muito mais. Seu acervo se tornou uma preciosidade para pesquisadores e historiadores, revelando um olhar sensível e meticuloso sobre a vida no interior do Brasil no século XX.
Essas fotos não são apenas lembranças — são documentos históricos que ajudam a contar a história de Cáceres, de seu povo, da biodiversidade regional e da luta pela preservação da memória local.
Um legado vivo à beira do rio
Daveron faleceu em 23 de março de 1987, em Cáceres, e foi sepultado em sua propriedade, às margens do mesmo rio que tanto estudou e amou. Seu nome vive não apenas na praia que leva sua marca, mas também nas memórias e nos arquivos que ainda inspiram pesquisadores, curiosos e amantes da história.
Em tempos de transformação e modernização, revisitar a trajetória de Alexander Solon Daveron é também um chamado à valorização das raízes cacerenses, da ciência e da relação profunda entre homem e natureza.
Daveron e o FIPE: onde a ciência e a cultura se encontram
Não é por acaso que a largada do Festival Internacional de Pesca acontece justamente na Praia do Daveron. O local representa um encontro entre passado e presente, entre tradição e inovação, entre o espírito explorador e a celebração comunitária.
O FIPE atrai milhares de visitantes anualmente e, mesmo com todas as suas atrações modernas, carrega no nome da praia um tributo silencioso àquele que, décadas atrás, explorou esses mesmos rios em busca de conhecimento.
Rota Cacerense segue firme em sua missão de contar histórias que fazem parte do nosso território, e nenhuma é mais simbólica do que a de Alexander Solon Daveron — o americano que virou cacerense de coração, e cuja vida se entrelaça com as águas do Paraguai e com a alma da cidade.
Fontes:
ZAKINEWS. Alexander Solon Daveron: um cientista entre o Mato Grosso e o mundo. Disponível em: https://zakinews.com.br/alexander-solon-daveron/. Acesso em: 07 ago. 2025.
DIÁRIO DE CÁCERES. Saiba quem foi Daveron, que dá nome a uma praia do rio Paraguai em Cáceres. Disponível em: https://diariodecaceres.com.br/noticia/27172/Saiba-quem-foi-Daveron-que-da-nome-a-uma-praia-do-rio-Paraguai-em-Caceres. Acesso em: 07 ago. 2025.


































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