top of page
baa171e6-c75c-49fe-8015-0e37c8da3ba1.png
Buscar

Rua Coronel José Dulce: o coração histórico e multicultural de Cáceres


ree

Passear pela Rua Coronel José Dulce, no centro histórico de Cáceres, é como caminhar em um museu a céu aberto. Cada fachada, cada esquina e cada nome de família guardam fragmentos da memória da cidade, revelando uma história que mistura culturas, arquiteturas e modos de vida de diferentes épocas.

Antigamente chamada de Rua Augusta, foi em 1921 que recebeu o nome atual, em homenagem a um de seus moradores mais ilustres: o Coronel José Dulce. Desde então, a rua se consolidou como um espaço de encontro, comércio e convivência, carregando consigo a aura de uma Cáceres cosmopolita, marcada pela diversidade de povos que ali se instalaram.


Um retrato da diversidade cacerense


ree

Na Rua Coronel José Dulce viveram famílias portuguesas, italianas, espanholas, sírio-libanesas, japonesas e até norte-americanas. Essa convivência multicultural não se refletia apenas nos sobrenomes, mas também na arquitetura, na culinária, nos sotaques e até nas celebrações.

Foi nessa rua que surgiram negócios emblemáticos, como a Casa Dulce – Ao Anjo da Ventura, que vendia desde tecidos finos e perfumes até armas e maquinários importados. Havia também a sofisticada Confeitaria Paulista, o comércio dos Senatore, os salões de baile do Humaitá Esporte Clube e, mais tarde, o badalado Restaurante Kaskata, palco de shows de artistas nacionais como Alcione, Nelson Gonçalves e Benito de Paula.


Entre memórias e mudanças


Resolução nº 100 assinado pelo Intendente Municipal de São Luiz de Cáceres, José Rizzo   –    Acervo: Adriano Araújo – LMUF
Resolução nº 100 assinado pelo Intendente Municipal de São Luiz de Cáceres, José Rizzo – Acervo: Adriano Araújo – LMUF

Se no início do século XX a rua ainda guardava forte influência colonial portuguesa, logo os estilos arquitetônicos se transformaram, recebendo toques italianos, espanhóis e até orientais. O caminhar por suas três quadras revela essa mistura, com casarões que testemunharam desde as festas de debutantes até os carnavais de rua.

Mas a Rua Coronel José Dulce não é feita apenas de memórias glamorosas. Ela também guarda cicatrizes da história: o passado escravagista, a invisibilização de indígenas e negros e as desigualdades que marcaram (e ainda marcam) a sociedade. Lembrar dessas presenças é essencial para que a beleza de seu casario não apague as histórias de resistência e dor que também ali se desenrolaram.


Um ponto de partida para conhecer Cáceres

Mais do que uma rua, a Coronel José Dulce é um microcosmo da própria Cáceres: cheia de contrastes, tradições e transformações. Do antigo Mercado Municipal às lojas modernas, dos casarões coloniais às lembranças de lampiões a gás acesos ao entardecer, ela segue pulsando como referência cultural e afetiva da cidade.

Quem visita Cáceres e deseja mergulhar em sua história precisa, inevitavelmente, passar por ali. Afinal, como já se dizia, tudo o que acontecia na cidade, em algum momento, ecoava na Rua Coronel José Dulce.


Dica do Rota Cacerense: ao caminhar pela rua, repare nos detalhes das construções, imagine as histórias que ecoaram em cada parede e permita-se sentir o peso histórico e a beleza multicultural desse espaço único de Cáceres.


Referência: Texto inspirado na matéria “Rua Coronel José Dulce: Fragmentos de Memória”, de Acir Fonseca Montecchi, publicada no site ZakiNews em 20/06/2024.

 
 
 

Comentários


bottom of page