Sete de Setembro: tradição, comércio e memória em Cáceres
- rota cacerense
- 22 de set.
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Cáceres, com seus mais de dois séculos de história, guarda em cada rua e esquina lembranças que ajudam a contar a trajetória da cidade e de seu povo. Entre esses espaços, a Avenida Sete de Setembro se destaca como um verdadeiro retrato do crescimento urbano, econômico e cultural do município.
Das origens simples ao traçado urbano
No século XIX, a Sete de Setembro não passava de um caminho utilizado pelos moradores para chegar ao Cemitério São João Batista, ponto de referência da cidade na época. Com o tempo, esse antigo percurso foi se transformando em via de acesso fundamental, acompanhando o desenvolvimento urbano planejado desde a fundação da Vila Maria do Paraguai, em 1778, pelo capitão-general Luís de Albuquerque de Melo Pereira e Cáceres.
O traçado retilíneo, típico das cidades de origem portuguesa, foi aos poucos ganhando contornos mais modernos, recebendo casas, comércios e, posteriormente, instituições de grande importância, como o Hospital São Luiz, construído nos anos 1940.
A explosão do arroz: Cáceres como celeiro do Brasil
Na década de 1960 e 1970, a Avenida Sete de Setembro também foi palco de um período marcado pela abundância agrícola. Cáceres se tornou um dos principais entrepostos de arroz do país, recebendo o grão vindo das glebas rurais e exportando-o pelo Rio Paraguai até São Paulo.
Não era raro ver caminhões “Fenemê” desfilando abarrotados de sacas de arroz pela avenida, em direção aos armazéns e portos. As imensas pilhas do cereal eram tão marcantes que a época ficou conhecida como a “explosão do arroz”, um símbolo da prosperidade local.
Comércio, encontros e memórias
Com a pavimentação na década de 1970, a Sete de Setembro consolidou-se como centro comercial da cidade. Agricultores da Morraria e de distritos vizinhos traziam arroz, milho, feijão, carne e galinhas para vender ou trocar. Cáceres se tornou polo de compras e serviços para municípios vizinhos como Rio Branco, Mirassol D’Oeste e São José dos Quatro.
Ao longo dos anos, a avenida ganhou farmácias, supermercados, lojas de roupas, móveis, calçados e o movimentado comércio de camelôs. Tornou-se também espaço de convivência, palco de eventos políticos, manifestações culturais e comemorações cívicas.
A avenida de hoje
Atualmente, a Sete de Setembro segue como o coração pulsante de Cáceres. Quem caminha por suas calçadas sente a mistura de passado e presente: dos casarões históricos ao comércio moderno, das histórias contadas pelos mais antigos à correria de pedestres, carros e motocicletas.
A cada esquina, a avenida guarda a memória de tempos de fartura e luta, simbolizando a capacidade de reinvenção da cidade e de seu povo.
Referências
ALMEIDA, Leandro. Nas trilhas da história: uma interpretação do patrimônio cultural das transformações da Avenida Sete de Setembro na cidade de Cáceres-MT [recurso eletrônico]. 1. ed. Curitiba, PR: Bagai, 2020.
ALMEIDA, Leandro. A Avenida Sete de Setembro em Cáceres-MT: história e memória. Revista Eletrônica História, Natureza e Espaço, v. 3, n. 1, 2014.
BLOG DO PASTOR IZAQUE. Cáceres: a Avenida Sete de Setembro e a explosão do arroz. Publicado em 06 out. 2016. Disponível em: https://izaquebarbosa.blogspot.com/2016/10/caceres-avenida-sete-de-setembro-e.html. Acesso em: 22 set. 2025.
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