top of page
baa171e6-c75c-49fe-8015-0e37c8da3ba1.png
Buscar

União Operária Cacerense – O Clube dos Trabalhadores que Marcou Quatro Décadas em Cáceres


Durante boa parte do século XX, Cáceres viveu momentos de confraternização e alegria em

ree

um espaço especialmente pensado para o trabalhador: a União Operária Cacerense (UOC). Fundado em 1º de janeiro de 1947, o clube foi palco de festas, eventos culturais e esportivos, consolidando-se como o verdadeiro “lar” da classe operária cacerense.


Um espaço feito para o trabalhador

Naquele tempo, os clubes da cidade tinham públicos bem definidos. O Esporte Clube Mato Grosso reunia os mais abastados; o EC Humaitá, a elite; e o UBSSC, os militares. Já os trabalhadores eram deixados à margem dessas casas de lazer. Foi dessa exclusão que nasceu a ideia: criar um espaço próprio, acolhedor e festivo, onde o operariado pudesse se reunir com suas famílias.

Os idealizadores foram nomes conhecidos na cidade, como Mestre Quintino Antonio de Campos, Benedito Ponce Pedroso, Benedito Tomé, Tomaz Elias Antunes, Venâncio, Guilherme, Manezinho Carroceiro, Juvenal, Oracimil Cipriano de Carvalho (o Nenê Bizongó), Tarcílio, Gregório Pedreiro, Leonardo Claro Cardoso, Francisco Santana (Chicão), Milton Santana, José Rosauro, Antonio Senatore, José Mariano, entre outros.

A primeira diretoria, presidida por Mestre Quintino, contou com Octávio Santos, Tomaz Elias, Dário dos Santos Rosa, Herculano de Araújo, João Corbelino e Alcebíades Camilo da Silva.


O 1º de Maio inesquecível

O Dia do Trabalhador era o ponto alto do calendário da UOC. As comemorações começavam com uma alvorada festiva embalada pela Banda do 2º Batalhão de Fronteira. Depois, uma missa solene reunia associados e famílias. Ao meio-dia, o tradicional churrasco — com de sete a dez vacas abatidas — era servido gratuitamente.

Além disso, música e baile completavam a festa, atraindo trabalhadores de todos os cantos da cidade. Para muitos, essa era a data mais aguardada do ano.


Lembranças e personagens

Entre os que guardam memórias vivas desse tempo está Pedro Quintino de Campos, o “Pedro Sapateiro”, filho de Mestre Quintino. Ele mantém até hoje sua sapataria na Rua Marechal Deodoro, no mesmo imóvel que foi de seus pais. Mestre Quintino, além de marceneiro naval, era músico, tocava sanfona e violão, animando festas em toda Cáceres.

Outro personagem marcante foi Juventino Pedroso da Silva, que assumiu a presidência em 1986, após o falecimento de Nenê Bizongó. Durante sua gestão, Juventino regularizou o clube junto ao ECAD, tirou o primeiro alvará de funcionamento, reformou a parte elétrica e sanitária, ampliou a área dos fundos e adquiriu novos equipamentos como ventiladores, freezer e geladeira. Ele lembra com orgulho das noites de sexta, sábado e domingo, quando a UOC ficava lotada.


O fim das atividades

A União Operária Cacerense encerrou suas atividades há mais de 30 anos, mas sua história ainda ecoa na memória de muitos cacerenses. Hoje, o prédio que um dia foi sinônimo de festa e união está desativado e à venda, resistindo apenas como testemunho de uma época em que o lazer popular tinha endereço certo.

A UOC segue no imaginário da cidade como símbolo de luta, comunidade e celebração. E para o turista que visita Cáceres, conhecer essa história é entender mais sobre a alma acolhedora e festiva da nossa gente.

Fonte: Matéria originalmente publicada por Antonio Costa, exclusiva ao site Zakinews, em 28/03/2022. Disponível em: https://zakinews.com.br/uniao-operaria-cacerense-o-clube-dos-trabalhadores-marcou-quatro-decadas-em-caceres/

 
 
 

Comentários


bottom of page